Júlio César Lang¹,
Gilda Maria Cabral Benaduce², Leonardo Pinto dos Santos³, Lurdes Maria Moro Zanon ³, Reginaldo Pires Soares³, Talitha
Tomazetti Ribeiro de Oliveira³.
¹Autora; ² Orientadora; ³Co-autores.
Área do Subprojeto: Subprojeto Geografia PIBID -
Geografia.
1
INTRODUÇÃO
O
ensino de geografia é extremamente importante para que as novas gerações possam
acompanhar e compreender as transformações do mundo. Há um renovado interesse
na atualidade pela ciência geográfica por causa do processo de aceleração
causado pela globalização no planeta.
Segundo
Straforini (2004) o professor, neste contexto de transformação, deve
proporcionar a construção de conceitos que possibilitem ao educando entender o
seu presente e preocupar-se com o futuro. Todavia, o presente não pode ser
entendido como estático e o indivíduo como um sujeito da história incapaz de
transformá-la. O processo de ensino deve estar baseado na compreensão de que
temos de pensar criticamente a realidade.
A geografia, por sua vez, tem de
munir os alunos de conhecimentos que lhes permitam fazer uma “correta” leitura
do mundo, agir sobre a realidade e pensar a respeito do destino humano,
contribuindo significativamente para a construção da cidadania. O estudo do espaço
no qual estamos inseridos deve ser um dos primeiros passos no estudo da ciência
geográfica. Todavia, o seu ensino também é um grande desafio para os educadores
desta área, pois o período atual exige novas formas de trabalhar esta
disciplina em sala de aula e às vezes é difícil motivar para o estudo uma
geração de jovens e crianças “bombardeadas” quotidianamente por um grande
número de informações.
O
presente trabalho objetiva demonstrar a importância e a utilização da maquete para
a compreensão do espaço geográfico da Cohab Fernando Ferrari, em Santa Maria/RS.
Justifica-se
pela tentativa de se livrar dos parâmetros propostos pela Geografia Tradicional,
almejando vencer o espírito descritivo, a mera transmissão de conhecimentos e a
separação entre os conteúdos geográficos (divididos em humanos e físicos).
Ele
se baseia nas experiências adquiridas pelo grupo de bolsistas do curso de
Geografia Licenciatura Plena do Programa Institucional de Bolsa a Iniciação à
Docência (PIBID), do ano de 2011, na Escola Estadual de Ensino Fundamental
Professora Édna May Cardoso (localizada no Bairro Camobi, em Santa Maria/RS).
2
REFERENCIAL TEÓRICO
A
disciplina de geografia exige uma nova abordagem na sala de aula, voltada para
um mundo em constante transformação. Desta forma
O
ensino de Geografia, assim, não se deve pautar pela descrição e enumeração de
dados, priorizando apenas aqueles visíveis e observáveis na sua aparência (na
maioria das vezes impostos à “memória” dos alunos sem real interesse por parte
deles). Ao contrário, o ensino deve propiciar ao aluno a compreensão do espaço
geográfico na sua concretude, nas suas contradições (CAVALCANTE, 1998, p.20).
O
ensino de geografia nas escolas deve primeiramente estar voltado para o
conhecimento do espaço vivido pelos alunos, analisando suas transformações e
compreendendo que estas são causadas pelos agentes sociais. Assim sendo
Entre
o homem e o lugar existe uma dialética, um constante movimento: se o espaço
contribui para a formação do ser humano, este, por sua vez, com sua intervenção,
com seus gestos, com seu trabalho, com suas atividades, transforma constantemente
o espaço. (CAVALCANTE, 1998, p.24).
Então
podemos compreender que é necessário que os alunos conheçam o espaço onde estão
inseridos, entendam que as diversas transformações que ocorreram e acontecem
são ações de produção social. Sendo essenciais estas obras para a
sobrevivência, pois todas as produções correspondem a uma procura de maior
estabilidade social, melhor qualidade de vida e maior comodidade.
O
ser humano transforma o espaço que vive e ao mesmo tempo este contribui para suas
práticas sociais. Desta maneira tomamos como referência a Cohab Fernando Ferrari
para as explicações do espaço geográfico em constante transformação, representando-o
em uma maquete, pelo fato de ser um recurso que proporciona ampla compreensão
do espaço geográfico.
O
uso de maquetes como recurso didático é uma alternativa que veio para auxiliar
os educandos na construção de conhecimento, justamente pelo fato de que
facilita a compreensão dos conteúdos de forma motivadora e prática. Sendo
assim, a finalidade da construção da maquete com referência a Cohab Fernando
Ferrari é despertar o interesse dos alunos, além de ajudar na compreensão do
conteúdo.
Simielli
(1991) considera a maquete como um mapa em miniatura, onde é representada
tridimensionalmente a superfície terrestre. Afirma que o seu uso permite
trabalhar a Geografia de forma inovadora, visto que ela possibilita a
visualização das formas e as interações que ocorrem no meio, facilitando a
aprendizagem, fazendo com que o aluno trabalhe com algo concreto e palpável.
A
proposta da construção da maquete da Cohab Fernando Ferrari é que ela deve ser
utilizada como recurso didático, para reforçar o aprendizado dos alunos das séries
do Ensino Fundamental, justamente pelo fato de que é nestas turmas que são trabalhados
os temas como o clima, a hidrografia, a ocupação geográfica, o relevo, a
urbanização, entre outros, como previsto pelo currículo escolar. Abarca o fato
de que o ensino da geografia exige uma maior discussão das mudanças ocorridas
no espaço e nas relações homem/meio, que com utilização das maquetes torna
muito mais fácil a percepção de uma criança em relação à transformação ocorrida
no espaço geográfico.
3
METODOLOGIA
A
elaboração da maquete foi realizada através de uma revisão bibliográfica
envolvendo assuntos referentes à construção de maquetes, aos modos como
aplicá-la em sala de aula e aos aspectos físicos e humanos da Cohab em estudo.
Sendo dividida sua elaboração em várias etapas.
Primeiramente
foi feita a configuração e impressão de uma imagem de satélite da Cohab
Fernando Ferrari (com boa resolução), no Bairro Camobi – Santa Maria/RS, e também
uma da carta da mesma área, sendo as duas com sobreposição das curvas de nível
com equidistância de 02 metros, estando as duas em A1. Após juntamos o material
necessário para a confecção da maquete (12 folhas de isopor tamanho A1 com
espessura de 5 milímetros, 1 folha de isopor tamanho A1 com espessura de 5
centímetros, 5 colas de isopor, 1
tesoura). Depois havendo a transferência das curvas de nível e dos
limites da área estudada (representada na carta) para o papel transparente,
cada intervalo altimétrico para uma folha diferente (iniciando o processo a
partir da curva mais baixa, para assim facilitar o processo de colagem dos
níveis). Após esta etapa, ocorreu o corte de cada uma das folhas de isopor de
acordo com a curva de nível que ela representa. Posteriormente foi colada cada
uma das folhas recortadas sobre os isopores, sendo a primeira colada no isopor
de espessura 5 centímetros, e assim seguindo da menor curva de nível até a
maior, moldando a altimetria do terreno. Por final foram recortadas cada curva
de nível da impressão da imagem de satélite (colorida) da Cohab Fernando
Ferrari e colado cada um dos recortes sobre o respectivo valor de curva de
nível representada na maquete.
Ela
proporciona diversas vantagens como: fazer com que o aluno enxergue o relevo da
área em estudo; promover um processo de ensino-aprendizagem que não fica apenas
na abstração; incentivar o exercício da orientação e compreensão geográfica;
colaborar para o processo de desenvolvimento cognitivo da criança e do
adolescente; servir de auxílio para reforçar o conteúdo que está sendo
estudado; entre outros.
4
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A
maquete foi escolhida pelos integrantes do Programa Institucional de Iniciação
a Docência (PIBID) do curso de Geografia Licenciatura Plena como recurso de
auxílio didático, pelo fato de oferecer aos educandos a visualização da área
que está sendo trabalhada no ambiente escolar.
A
aplicação da maquete na Escola Estadual de Ensino Fundamental Édna May Cardoso
obteve bons resultados até o presente momento. Nota-se que muitos alunos pela
primeira vez na sua vida puderam enxergar um dos seus espaços de vivência, a
Cohab Fernando Ferrari, em três dimensões.
Observa-se,
através das opiniões manifestadas nas oficinas de geografia, que é muito mais
fácil entender o arranjo espacial com o auxílio da maquete do que em relação ao
mapa bidimensional.
5
CONCLUSÕES
Infelizmente, o número
reduzido de aulas destinado à Geografia e o uso quase exclusivo, pelo
professor, do livro didático como único material de aula, prejudicam a
assimilação de conceitos geográficos fundamentais por parte dos alunos, o que
desestimula o aprendizado. Por isto, é necessário que o professor compreenda
que possui um papel fundamental no processo de aprendizagem e que novos
recursos de auxílio didático sejam buscados com o intuito de dinamizar as
aulas.
A presente pesquisa
concluiu que a utilização da maquete da Cohab Fernando Ferrari, construída com
o propósito descrito anteriormente, revelou-se extremamente interessante pois pode ser confeccionada com
materiais simples, por um custo baixo e proporciona situações de observação,
interação e comparação, e levantamento de questões sobre o espaço representado
na maquete e as questões interligadas a ele.
A aplicação deste
recurso didático até o presente momento na Escola Estadual de Ensino
Fundamental Édna May Cardoso foi uma experiência nova e positiva para os alunos
bolsistas do Programa Institucional de Bolsa à Iniciação a Docência, porque é
interessante desenvolver materiais que complementem as aulas de geografia,
dinamizem a disciplina e auxiliem na construção do pensamento dos alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAVALCANTI, L. S.
GEOGRAFIA, ESCOLA E CONSTRUÇÃO DE
CONHECIMENTOS. Campinas, SP: Papirus, 1998.
STRAFORINI, R. ENSINAR GEOGRAFIA: o desafio da
totalidade-mundo nas séries iniciais. São Paulo: Annablume, 2004.
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